domingo, 17 de abril de 2011

Eu nem me lembro mais das belas cores dos meus antigos olhos castanhos. Eu julgo cruelmente, de acordo com o humor, de acordo com a carência (quase sempre constante, às vezes grande e insuportável para quem enxerga de fora de olhos fechados indiferentes) do meu sangue. Eu escuto conforme me convém, no volume que me agradar. Opiniões são opiniões, e eu as ignoro com a mesma estupidez com que os aceito, mas são opiniões. Eu me esqueci do que passou. Eu me nego a imaginar o que vem, assim nunca vem. Meu maior mal é a saudade, saudade disso, saudade daquilo, mas, sempre, saudade de algo que nunca tive e isso não é da estação, isso é constante. Sinto fome de prazer pra aliviar as dores e fome de dor pra me dar ânimo para procurar prazer em resultados. Cumpri minhas promessas de 15 anos. Me esqueci de cumprir meus finais de semana. Eu falo a língua dos homens e acho que assim, posso enganar os anjos. Sou arrogante, orgulhosa, e não engano os anjos. Não falo a língua deles. Eu conto histórias com os olhos e as mãos. Eu odeio o silêncio. E amo quem me machuca. As antigas cores dos meus antigos olhos castanhos, são as mesmas. Basta que eu os abra.

‘ Por: 32 Dentes



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