sábado, 23 de outubro de 2010
E sorriu (nada mais lhe parecia certo naquele momento).
Costurou então seu coração com palavras macias, gracejos, carinho na ponta dos dedos do pé, beijos na nuca, mãos que circundavam a cintura, com as canções mais bonitas, meias listradas.
O seu coração então encheu-se de cor...
e ela não quis mais chorar.
' Natália Anson Lima
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Você me olhou como uma criança que é pega fazendo arte e eu te amei loucamente. (...) Eu tinha motivos reais, palpáveis e óbvios para te amar. Você é bonito, seu abraço é quente, seu sorriso tem mil quilômetros iluminados, seu humor me faria rir 100 encarnações e você é bom em tudo, mesmo não querendo ser bom em nada. (...) Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você.
' tati
"As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: “Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que coleciona borboletas?” Mas perguntam: “Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?” Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: “Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado…” elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: “Vi uma casa de seiscentos contos”. Então elas exclamam: “Que beleza!”
' Antoine de Saint-Exupéry in O Pequeno Príncipe
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
“Se a natureza faz uma pessoa ser generosa, é como se as mãos dela nascessem abertas, e o coração também. E mesmo que haja ocasiões em que as mãos estão vazias, o coração está sempre cheio, e é possível dar o que está lá dentro. Coisas boas, amáveis e doces, ajuda, consolo, risos. E muitas vezes a melhor ajuda de todos é uma boa gargalhada."
' (Frances Hodgson Burnett)
sábado, 16 de outubro de 2010
Dava para saber que era o certo desde que te vi pela primeira vez. Eu sabia que era certo, tu não sabias. E ponto-final. Nenhuma mágoa. Eu sabia que acabaríamos nos apaixonando. Tu sabias pouca coisa sobre mim, então não há problemas. Eu já entendia o fluxo do vai-e-vem dentro de um coração. E sabia também que tu serias o único que entraria em mim de forma tão avassaladora e ali permanecerias por segundos, horas, anos, décadas, vidas. Tu não entendias bem a maneira que eu tinha de enxergar as coisas. Era simples, é bem simples. Eu entendo o amor no sentido pleno do amor. Compreendo sobre a quantidade de amor que cabe em um instante. E naquele dia, tu me preencheste de amor. Em um instante apenas. Tu não sabias ainda sobre os meus medos, das minhas inquietudes, e por isso é que não são necessárias desculpas. Naquela vez, na adolescência, eu já era velha de espírito. Coisa de mulher que já enfrentou várias barras. Tu eras pequenino ainda, porém tinha e tens dentro de ti essa alma imensa e bonita. E eu te recebi assim, dentro de mim criei um altarzinho com conchinhas e sorrisos teus. A verdade é que eu já sabia que era para sempre.
E tu apenas começavas a saber.
' Natália Anson Lima
Ela é assim um mix de tudo que se possa imaginar dentro de uma grande capacidade de apenas não ser nada em definitivo. Ela é aquilo que não consegue se encaixar em moldes pré-existentes, parece que ninguém nunca foi antes dela. Ela se incomoda com isso, às vezes, muito. Ela é cheia de sentimentos, parece que suas experiências se manifestam é no dorso do seu colo, e quase sempre, de vez em quando, tudo isso pesa. Mas não tem modo, não existe maneira que a faça ser diferente. E ainda, graças a Deus, ela é diferente. Algo que pesa e que tem o dom da leveza, algo que chora e que se manifesta em sorrisos, algo de forte, mas que se desmancha quando encontra a água.'
' Clarice Lispector
E eu quis. Quis algo além da rotina do trabalho e gente fabricada com seus narizes perfeitos e cabelos penteados. Quis algo certo como o frio na barriga e a respiração travada, o coração esquecendo de bater. Quis algo errado que me fizesse bem só por escapar do caminho óbvio de toda noite.
' Verônica H.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Lá em cima, do alto da colina de nuvens, o céu cheira a lavanda.
É uma calma dessas de tirar o pesado dos olhos.
E daqui de onde estou posso fazer isso, vez em sempre.
De tirar as vestimentas pesadas da percepção, lavar os borrões da alma.
É de lá, das bandas mais altas do mundo,
que recorto as mais bonitas palavras que o vento escreveu, as bem lindas.
E a cada uma delas, juntadas com esmero nas páginas surradas do meu brochura,
uma peça que faltava vai se completando dentro do coração.
Poderes misteriosos fazem das lágrimas, doces pingos.
Porque o sal só estanca o sangramento, é o doce que cura.
Uma chuvarada de açucar por cima da cabeça.
O sol secando a minha alma, enchendo ela de preguiçinha,
dum sono reparador no meu travesseiro com recheio de nuvens.
Um sonho que batizei de Esperanza.
Porque a gente suspira mil vezes, enche o peito e se alarga.
O resto é com o vento e o tempo.
E com a força que o coração faz pra se desvirar.
Porque o avesso da dor é alegria!
E porque um dia eu disse a mim ainda meninota
– Nunca mais te abandonarei!
Onde encontrei as chaves?
Em algum lugar na inocência.
Afinal são os pequenos que soltam a linha desse balão vermelho já envelhecido de asas.
Tô variando não, quem sabe que não estamos aqui pra trilhar o caminho pra trás? Desentortando. Foi uma muralha de mesmices que me deu a dica.
Levantei os calcanhares,
juntei as mãos em prece e deixei a pontinha das minhas asas
roçarem a fé azul que pairava bem por cima da minha vida!
Eu escolho o amor.
Um sininho toca, parece que vou me curar...
Dilim dilim dilim.
' Ziris
Você é feliz? Não espalhe, já que tanta gente se sente agredida com isso. Mas também não se culpe, porque felicidade é bem diferente do que ser linda, rica, simpática e aquela coisa toda. Felicidade, se eu não estiver muito enganada, é ter noção da precariedade da vida, é estar consciente de que nada é fácil, é tirar algum proveito do sofrimento, é não se exigir de forma desumana e, apesar disso tudo, conseguir ter um prazer quase indecente em estar vivo.
' Martha Medeiros
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