sábado, 16 de outubro de 2010




Dava para saber que era o certo desde que te vi pela primeira vez. Eu sabia que era certo, tu não sabias. E ponto-final. Nenhuma mágoa. Eu sabia que acabaríamos nos apaixonando. Tu sabias pouca coisa sobre mim, então não há problemas. Eu já entendia o fluxo do vai-e-vem dentro de um coração. E sabia também que tu serias o único que entraria em mim de forma tão avassaladora e ali permanecerias por segundos, horas, anos, décadas, vidas. Tu não entendias bem a maneira que eu tinha de enxergar as coisas. Era simples, é bem simples. Eu entendo o amor no sentido pleno do amor. Compreendo sobre a quantidade de amor que cabe em um instante. E naquele dia, tu me preencheste de amor. Em um instante apenas. Tu não sabias ainda sobre os meus medos, das minhas inquietudes, e por isso é que não são necessárias desculpas. Naquela vez, na adolescência, eu já era velha de espírito. Coisa de mulher que já enfrentou várias barras. Tu eras pequenino ainda, porém tinha e tens dentro de ti essa alma imensa e bonita. E eu te recebi assim, dentro de mim criei um altarzinho com conchinhas e sorrisos teus. A verdade é que eu já sabia que era para sempre.
E tu apenas começavas a saber.

' Natália Anson Lima

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