sexta-feira, 26 de novembro de 2010



Eu não quis ser tão econômica, mas fui. Sou medrosa porque tenho mania de acreditar que minhas palavras tem um poder incrível que pode vazar, eu perder o controle delas e, então, o mundo inteiro perderia o sentido agradável, eu teria sonhos com desejos que, antes perto, hoje, inalcançáveis. Chegamos a esse ponto com economia. Então, que se dane o racionamento. Ser insegura é realmente uma lástima, você precisa de provas concretas para tudo, precisa de tempo e disponibilidade e muita, mas muita boa vontade. E não preciso de mais nada quando essa sensação passa. E eu posso acreditar no que me dizem. Eu estava realmente ansiosa e sem disfarce (não desperdiçaria meu esforço, eu acreditava que ia precisar dele pra mais tarde, pra fingir que tudo não ganhou um sentido maior), quando, então, parece assim também eu sinto como, (é possível? coração derretendo? acho que isso, na realidade, dói) como... se meu coração derretesse e ele se espalhasse quente e cheio pelo resto do meu corpo. É estranho se sentir assim quando não há piadas no ar, quando você espera ser julgada mais tarde, quando conta sete dias em dois. Não foram dois, foram seis. Mas, convenhamos, sabemos os motivos mais concretos que me fizeram estar lá... Com as mãos geladas e o pessimismo necessário. Não há como sentir frio. Nem, muito menos, contar história. Só consigo responder: "Sim, foi legal." e meu interno organismo misto diz: "Foi... acolhedor!" Detalhes? Eu mesma queria lembra-los. Mas parece que fotos e descrições não se encaixam. E o sentido maior que eu acreditei que me faria aflorar minhas habilidades com teatro por necessidade, fizeram de tudo tão imenso que parece que não há mais abalos. Eu acho engraçado. Porque tudo abala, mas nada alcança seu objetivo. E se alcançar... Meu coração já está, deliciosamente, fragmentado. Isso cria imunidade.

' do blog: 32 dentes

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