segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Desisto, quero mais não. Já me demorei tempo demais até… Mudei minha alma um tantinho de direção e perdi quase todos os poderes. Desistam, volto lá mais não. Muito triste. Tantas estrelas sem brilho, mortas de vergonha. E eu dependurada numa delas por uma alça só. Se não fosse o fato de eu estar rodando em volta de mim mesma, teria ido embora antes. Muita cabeçada. Prefiro usar minha cabeça pra chapéu, que seja. É que lá nos cafundós tristes da tonteira me desaprendi dos meus feitiços, das minhas magias. Dou de ombros malcriada, que é pra voltar com pressa para o meu cômodo dentro de mim, onde todas as minhas armas descansam bem arrumadas sobre a toalhinha de crochê azul. Todo meu encanto. Minha colcha feita de céu. Meus pós de espaço, varetinhas perfumadas, ametistas e turquesas, minha varinha de condão. Uso os óculos de grau herdados da vovó, ela sabia bem das coisas. Assim fico sempre cega à maldade, mas tenho visão nítida das joaninhas lavando a cara na relva da manhã. Desde ontem, volto a tocar esta canção bem dentro. Desistam. Eu desisti. O mundo esta é bem dentro aqui.
' Ziris
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