terça-feira, 27 de julho de 2010
Não podemos compreender nada se o mais raso que estivermos dentro daquilo, não seja no fundo. Qualquer coisa que avistamos incluir em nossa vida é para ser profundo, a ponto de que ali possamos mergulhar. Não acredito em nada diferente disso, e é por isso que não desvio, mas seguro o olhar.
Ele não entende e a resposta vem errada. A resposta não vem. Mesmo com todos os sinais e simpatias, mesmo com tantas coincidências premedidatas.
Será que não pensa sobre as possibilidades e em alguma realidade me imaginar na sua vida?
Será que deixaria eu colocar na sua estante uma fotografia do que seria se eu e ele fomos nós?
Será que atenderia o telefone de madrugada? Será que pensaria em amar alguém tão apaixonada? Será que se doaria para alguém que não tem quase nada? Será que apostaria um futuro por alguém que acabou de esbarrar? Será que o sorriso que tem já é de alguém ou de outro lugar?
Quando entenderá que quero estar dentro, difusa com sua vida e seu sonhar? Quando entenderá que agora ele não é só alguém que encontrei nestas idas e vindas e não é só uma história para um dia lembrar? Quando notará que meu desejo não é só para agora, que só quero ir lá fora se vier me acompanhar? Quando entenderá que não é um estranho, um conhecido, um amigo que só encontro se a coincidência deixar? Quando estará comigo além de um breve olhar? Quando seu corpo se perderá com o meu? Quando eu vou poder entrar na sua rotina? Quando vou deixar das indiretas para te acordar?
Quando vou poder mergulhar, ir no fundo, no teu mais que mais profundo e nunca mais voltar?
.(Cáh Morandi)
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