quinta-feira, 1 de julho de 2010


Até o ultimo gole do café, que desce amargo, nas madrugadas que não passam, e que eu te escrevo. Penso: é a última vez! Na cabeceira da cama, no livro, na mesma música deprimente que choro toda vez que ouço? Duraria mais um pouco? É reticências, sempre. Nada se conclui, nada se resolve. Você não volta e eu não vou. Me retorço nas horas, na vontade de desistir. Cada dia seus vestígios são mais fortes, e tão piores. Disfarça, fala, e eu entendo mais. E compreender o que não se quer é como uma lança que rasga mesmo. Não queria, eu juro que não queria (muito). Se eu fosse menos egocêntrica, ah! Quando você ligasse, diria: "eu estou bem". (Ps: histérica). E desligaria sem querer me atirar de algum lugar. Quanto tempo ainda tem teu amor? Caso você não compreenda, (porque seus planos são diferentes dos meus), eu fugi mesmo. Não se espante, se às três da manhã eu chegar insônia, e despertar o mesmo amargo do café de todas as noites, e causar quem sabe, alguma atitude. E eu pergunto: quanto tempo terá o meu? Reticências...? Mas caso compreenda, (porque ninguém sabe mais dos meus planos do que você), eu cansei mesmo. Não se espante se meu email não chegar, se não te atender, se eu mudar de endereço. Ainda assim, por caridade, talvez, se eu quiser, te deixo algum sinal, só pra não pensar que isso não foi importante. É, foi, e ainda é. Tão abstrata, essa forma de ficar. Me confunde. Nunca gostei de esconde-esconde, gato e rato, de coisas desencontradas. Então, até o sonho me trazer o real, e me tirar essas dúvidas da cabeça, vou dar um tempo. E você? Vai ficar ou vai correr? Vai salvar ou esquecer? Você ainda tem tempo? Por obséquio, te imploro, suplico: se ainda tem, caro amor, preencha essas reticências (...), por favor.

Patty Vicensotti

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