
Experimente fazer um corte no seu próprio braço. Nada de mais, algo superficial.
Vai doer, ficar vermelho, sangrar, arder na hora do banho.
Provavelmente você tenha que colocar um band-aid. Vai incomodar, mas no dia seguinte o corte terá uma fina casquinha. Mais dois ou três dias, a casca ficará mais forte e a pele por baixo vai estar quase sarada.
Em uma semana, a casca já se foi e seu braço estará lá, com uma leve marca branca, um fio que irá desaparecer com o tempo.
Mas você olha e tem certeza de que o machucado fechou e não abre mais, a não ser que você se corte novamente. A cicatriz não perturba, a pele está praticamente perfeita, tudo certo.
Agora experimente sofrer uma decepção, uma perda.
Você consegue saber quando a cicatriz fecha de vez?
Prefiro mil cortes no braço a uma dor dessas.
Não vejo o quanto ela sangra, acho que já estou curada e de repente, sem eu saber por que, a dor volta e sangra tudo outra vez.
O tempo cura tudo? Os cortes no meu braço, sim. E quanto aos outros, desconfio que não.
Ou então esse tempo é bem maior do que eu pensava. O problema está em mim ou no relógio?
Ou nos cortes que tenho?
Se souber o nome do remédio pra isso, me conte.
Tempo eu já sei que não é.
Nenhum comentário:
Postar um comentário